Hoje, tenho o prazer de partilhar uma conversa inspiradora com a minha amiga Kelma Maia.
Embora Kelma esteja em Portugal há pouco mais de um ano, sua experiência no Brasil trouxe uma perspetiva rica sobre as diferenças e semelhanças no secretariado entre os dois países.
Nesta entrevista, exploramos temas como regulamentação, oportunidades de networking e como a partilha de conhecimento varia entre Brasil e Portugal.
Convido-te a mergulhar connosco nesta conversa e a partilhar as tuas próprias experiências!
Helga: Olá, Kelma! É um prazer ter-te aqui hoje. Quero agradecer-te pela tua disponibilidade para conversarmos sobre as diferenças no secretariado entre o Brasil e Portugal. Estou entusiasmada por esta oportunidade de partilhar as nossas experiências e insights com todos os nossos seguidores!
Kelma: Olá, Helga! O prazer é todo meu! Estou muito feliz por estar aqui e por esta oportunidade de partilhar as minhas experiências. Acredito que essas conversas são essenciais para que possamos aprender umas com as outras e mostrar como o nosso trabalho é valioso, independentemente do país em que estamos.
Helga: Então vamos a isto! Começando pelo mais evidente: De que forma a profissão de secretariado é reconhecida e regulamentada em cada país? Quais as principais diferenças que encontraste ao comparar Brasil e Portugal?
Kelma: No Brasil, a atuação do profissional de secretariado é reconhecida pela lei nº 7377, de 30/09/1985, alterada pela lei nº 9621 de 11/06/1996. Temos também um código de ética desde 1989, que guia o exercício correto da profissão, o que oferece mais estrutura e reconhecimento à nossa área.
Aqui em Portugal, embora existam entidades representativas, como a Associação Nacional de Secretariado, a profissão não é regulamentada por lei, o que pode tornar o nosso papel um pouco mais vulnerável.
Helga: Sim, em Portugal, a ausência de regulamentação pode ser desafiadora, mas também abre espaço para inovarmos e mostrarmos o impacto das funções administrativas nas empresas.
Helga: E quanto aos requisitos para exercer a profissão? Que diferenças encontraste?
Kelma: No Brasil, a formação específica em secretariado é um diferencial bastante valorizado. Em Portugal, notei que para cargos de Administrativa, Rececionista ou Secretária, não é comum exigir uma formação específica; muitos cargos estão abertos a quem tenha o 9º ou 12º ano de escolaridade.
Para algumas empresas, cursos técnicos ou superiores em secretariado são considerados um extra, mas não uma exigência. Também vi vagas em que aceitam candidatos com outras formações, o que diferencia muito dos critérios brasileiros.
Helga: Pois é, essa falta de critérios claros nos requisitos faz com que muitas empresas encarem as funções de secretariado ou de trabalho administrativo e receção como tarefas que qualquer pessoa pode fazer. Isso, como sabemos, leva muitas vezes a um atendimento e organização abaixo do esperado. O meu objetivo é disponibilizar recursos para apoiar quem quer destacar-se na área, com ferramentas práticas que incentivem o desenvolvimento das competências essenciais.
Helga: Na tua experiência, como vês o networking no secretariado?
Kelma: No Brasil, há uma grande variedade de eventos de secretariado, especialmente no terceiro trimestre do ano! Congressos, encontros e grupos de convívio são comuns e muito valorizados como oportunidades para conhecermos outros profissionais e partilharmos experiências.
Aqui em Portugal, percebo que essa interação é mais restrita. A cultura é muito focada no trabalho e há poucas iniciativas para encontros fora do ambiente laboral, o que, no fundo, limita o networking.
Helga: Admiro muito a forma como o networking é valorizado e praticado no Brasil, e gostava que por cá tivéssemos, pelo menos, metade dessas oportunidades de troca e partilha. O networking é, de facto, essencial para o crescimento da nossa área.
Helga: Uma coisa que tenho notado é que no Brasil parece haver uma partilha de conhecimento mais espontânea. Sentes isso?
Kelma: Com certeza! No Brasil, a partilha de conhecimento acontece com bastante naturalidade, e vejo uma colaboração frequente entre profissionais, independentemente de onde trabalham. Em Portugal, noto uma certa reserva, talvez pelo receio de “perder oportunidades” ou que outros se destaquem mais. Isso limita um pouco a colaboração e a troca de ideias.
Helga: Exato! Em Portugal, notei, através de diversas pesquisas que fiz, que a partilha de conhecimento é muito mais reservada e menos espontânea do que no Brasil. Isso levou-me a criar o Secretariamente Falando, para oferecer um espaço onde possamos trocar ideias de forma mais aberta e acessível, tal como vemos acontecer noutros contextos.
Helga: Em Portugal, sinto que a exigência por fluência em várias línguas é muito maior. Concordas?
Kelma: Sim! Aqui, especialmente em grandes empresas, é quase um requisito falar várias línguas, como inglês, francês, espanhol, e alemão. No Brasil, o inglês é requisitado em multinacionais, mas, no geral, a necessidade de outras línguas é menos comum. Essa foi uma adaptação importante para mim e, ao mesmo tempo, uma oportunidade de crescer.
Helga: Sem dúvida. Conheço bem essa realidade, aprender e manter-me atualizada nos idiomas é uma necessidade constante e, quando apoiados com boas ferramentas, esse processo torna-se mais eficaz. É minha intenção desenvolver com regularidade conteúdos sobre comunicação e linguagem no ambiente profissional.
Helga: Apesar dessas diferenças, o que achas que nos une enquanto profissionais de secretariado?
Kelma: Sem dúvida, a vontade de servir e contribuir para o sucesso dos outros! Independentemente do país, ser secretária ou assistente administrativa significa apoiar e facilitar o trabalho dos nossos colegas e gestores. Nosso trabalho é essencial para o sucesso das organizações, e isso nos conecta como profissionais.
Helga: E espero que este artigo que desenvolvemos em parceria, seja uma forma de mostrarmos o valor da nossa profissão a uma comunidade mais ampla, onde todos nós podemos aprender e crescer juntos.
Helga: Que mensagem gostarias de deixar para os nossos leitores?
Kelma: Que cada um valorize o seu trabalho, começando por reconhecer o seu próprio potencial e a importância do que faz! E que continuem a partilhar experiências, envolver-se com a comunidade e contribuir para o reconhecimento da nossa profissão.
Helga: Kelma, obrigada por partilhares connosco a tua experiência e perspetiva. Estou ansiosa para ver como a nossa parceria pode contribuir para fortalecer e valorizar ainda mais a nossa profissão.
Kelma: Eu é que agradeço, Helga! Foi um prazer conversar contigo, e espero que esta troca inspire muitos outros profissionais. Juntas, vamos fazer a diferença!
Esta conversa com Kelma Maia trouxe uma visão enriquecedora sobre as particularidades do secretariado em contextos culturais distintos. Seja no Brasil ou em Portugal, a paixão pela profissão e o desejo de contribuir para o sucesso das organizações é um ponto que nos une.
Convidamos-te a deixar o teu comentário: Como é o secretariado na tua realidade? Enfrentas desafios semelhantes ou diferentes? Queremos saber as tuas experiências!
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Sabendo como é difícil e solitário aprender sozinho, quero dar-te o apoio que me faltou. Irei partilhar informações úteis sobre a nossa área em Portugal, abordando diversos temas para acrescentar valor ao teu trabalho e ajudar-te a crescer profissionalmente.
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